AS DUAS INDIAS

Ishita Sarkar, uma jovem de 21 anos e candidata ao Femina Miss India 2009, cuja final está marcada para o próximo final da semana.

As novas eleitas darão continuação a uma nova fase do país nos concursos internacionais, iniciada há quase vinte anos, e que além de vários títulos e colocações de destaque, mostrou a nova face da mulher indiana.

Associadas ao desenvolvimento tecnológico do país, aos expressivos números da economia e a destacada participação na globalização; as articuladíssimas indianas são uma prova que as antigas tradições estão sendo flexibilizadas.

Nas últimas décadas conseguiram equiparação aos homens nas leis, a força laboral feminina é enorme – 30% no mercado de softwares e 89% na agricultura e indústria. Leis antigas sobre dotes e proibições a direitos foram revogadas, apesar de nem sempre arespeitadas. Ainda existe muita violência à mulher e muito ainda a ser atingido num país de tradições rígidas e população gigantesca.

Juliana Paes é Maya, na versão da Índia que vemos todos os dias no novo folhetim da Rede Globo, Caminho das Índias – sem dúvida, Maya seria uma fantástica Miss Índia. Mas diariamente temos de engolir uma Índia hollywoodiana pintada ao estilo anos 50 – um cenário idealizado e totalmente “Mil e Uma Noites”. Estamos fazendo com a Índia hoje, o que fizeram conosco nos anos 50 – quando éramos pintados como uma republica alegre e de bananas.

Seja como for, que a nova safra indiana faça muito bonito nos concursos internacionais e pela condição feminina num país que se destaca no BRIC.