segunda-feira, junho 09, 2008

FINLANDIA & HAVAI - O PRIMEIRO TOP DO M.U.

Em um mês de junho, num distante 1952, foi realizado o primeiro concurso de MISS UNIVERSO. Em cinqüenta e tantos anos muita coisa mudou, não só no mundo, como no próprio concurso.
Chegar à costa dourada da Califórnia – e quem sabe ainda virar estrela da Paramount – era no mínimo uma aventura para qualquer broto do planeta. “Foi minha primeira viagem ao Continente e foi a principal razão para eu entrar”, conta Elza Kananionapua Edsman - que saiu de Honolulu com 20 anos para tomar parte no concurso -, completando: “It was just so exciting!”. O difícil, mesmo, era cruzar a fronteira que separava o mundo comportado da boa moça e mundo liberto das estrelas de cinema.

Em Long Beach, 29 jovens estrangeiras e 40 americanas, se apresentaram para o Miss Universo. Nesta química de beleza, política, costumes e marketing, Armi Kuusela da Finlândia levou a melhor. Coroada pela atriz Piper Laurie, não era a mais bonita, mas perfeita para o papel de Miss Universo - loira, nórdica, jeito de menina comportada e tipo esportivo. Contraponto da vamp era ideal para vender maiôs, identificar-se com o modelo de broto da época e reforçar a propagando aos Jogos Olímpicos de Helsinki. Como Runner-up, Miss Havaí, que ao encarar o júri, disparou: “De onde eu venho...esperamos logo nos tornarmos o 49º estado americano”. Em época de OTAN e Guerra da Coréia, ninguém reclamou de Grécia, Hong Kong e Alemanha nas demais posições finais.

Mas se para Elza Kananionapua a aventura estava terminada, para Armi Kuusela estava recém começando. A havaiana foi convidada para fazer um filme, mas com saudades de casa, deu-se conta que o estrelato não era para ela. Casou-se em 1953 e hoje é avó de 5 netos. Armi Kuusela também não virou estrela, mas viveu seu conto de fadas. Numa de suas andanças como Miss Universo, foi prestigiar a Primeira Feira Internacional das Filipinas que se realizava em Manila. Como nos Anos Dourados não podia faltar um baile, um cocktail e um final feliz; numa das muitas festas em sua homenagem nas Filipinas, Armi conheceu o Virgilio Hilário, playboy da sociedade local – paixão súbita. Num grand finale, os apaixonados voaram para Hong Kong e se casaram. Alguns atribuem a este acontecimento, o fato da inclusão da cláusula que em caso de impossibilidade da Miss Universo, a first runner-up assumiria a posição.

Interessante, que tanto Armi e Elza se desfizeram dos troféus que ganharam no concurso. Armi esqueceu o dela na Califórnia, sendo comprado muito tempo depois pelo missólogo William de Prendiz num brechó de Los Angeles. O de Elza foi posto no lixo pela própria protagonista depois que ficou envelhecido e sem brilho. Arrependida, ainda guarda como recordação o maiô amarelo que usou no concurso.
PARABENS Armi, Elza e todas as outras que se aventuraram no ano de 1952 a inaugurar uma tradição de 56 anos – graças a Deus!!!!

Um comentário:

Raimundinho Junior disse...

Caro Arthur Furtado, tudo bem?
Um amigo falou do seu blog e prontamente fui ver e fiquei realmente encantado pelas coisas que você escreve, de forma tão fluida e consistente. Fiquei mais admirado quando vi que você colocou o link do meu blog no seu, farei imediatamente a gentileza. Sucesso para você e seu blog. É disso que precisamos, boas informações sobre este mundo que nos proporciona tanto prazer.
Abraços!
Raimundo Junior