domingo, janeiro 09, 2011

MISS UNIVERSO 60 ANOS - 1975


O Miss Universo 1975 foi bastante interessante, realizado em El Salvador em julho. A terceira edição consecutiva fora dos Estados Unidos e seus associados (Porto Rico sediou em 1972); seguiu o estilo de ser acolhido por ditaduras políticas, depois da Grécia em 1973 e das Filipinas em 1974.

O concurso tinha como objetivo promover as belezas de El Salvador em nível internacional e ressaltar o governo do Coronel Arturo Armando Molina. Mesmo eleito por voto popular, mas num pleito com denuncias de fraude, o Coronel Molina assumiu a presidência em 1972 como representante do Partido de Conciliación Nacional (PCN), altamente conservador e conhecido como partido dos militares. Favorecido pela alta do café, o governo Molina lançou-se num plano de construção de infraestrura com o lema; “uma escola por dia”. Ergueu hospitais, escolas, um importante hidroétrica e acolheu Miss Universo; paralelamente a uma alta repressão política que culminou com o massacre de 30 de julho de 1975 (onze dias após a final do Miss Universo), onde as forças armadas marcharam contra o protesto organizado por estudantes da Universidade de El Salvador que resultou em treze mortos, dois desaparecidos e dezenas de feridos.
Exército salvadorenho em 1975 em marcha contar os estudantes depois de escoltar as misses internacionais.

Sob o imenso cenário de pirâmide maia montado no Ginásio Nacional o concurso transcorreu tranqüilo. Helen O’Connor se esforçando em vender o país como destino de praias, vulcões e ruínas antigas. As cinco finalistas um interessante grupo de candidatas: Anne-Marie Pohtamo da Finlândia sempre foi uma favorita, mas Catharina Sjödahl era a mais ovacionada pelo público no ginásio que vaiou intensamente a quarta-colocação da sueca. A filipina Rose Marie Singson Brosas impressionou pela beleza e belíssimo vestido e a norte-americana Summer Bartholomew não comprometeu o Five final. Entretanto, Gerthi David compensou a surpresa de sua inclusão com um banho de charme e bom humor no público. Muita gente descordou do segundo lugar da hatiana que para muitos abriu caminho para a coroa de Janelle Comissiong em 1977.

A grande surpresa da noite ficou por conta na não classificação da Miss Venezuela, a sensualíssima Maritza Pineda Montoya (colombiana de nascimento), outra pré-favorita, e cujas fotos diariamente recheavam os jornais que apresentavam cobertura do concurso.
E, como reclamações não podem podem faltar, algumas latinas em escala no Panamá após a final, teceram veementes críticas ao certame. Ana Maria Wray, do Equador, disse que a eleição de MU75 foi “outra grande exploração de ianques inescrupulosos que se valeram do evento para fins comerciais”. Jacqueline Gamarra, da Bolivia, protestou pela discrimanão, alegando que foram proibidas de participar do baile de gala de coroação. Já chilena Raquel Argandona protestou contra “os velinhos excitados que queriam manusea-las”. Críticas também foram feitas pelas misses sobre a colocação de Gerthie David.

No fim todas voltaram pra casa, Anne-Marie Pohtamo foi uma belíssima Miss Universo e, El Salvador, cinco anos depois, entrou numa duríssima e sangrenta Guerra Civil que prolongou-se por 12 anos.

2 comentários:

Anônimo disse...

Quanta informação em um só concurso.claro que muita coisa acontece num período de 1 mês e numa competição.Acho que a filipina, pelas fotos, merecia vencer.Miss Suécia parece muito apagada,enquanto Miss Filipinas transmite mais gana e classe.Abraços, Japão

Anônimo disse...

Que texto primoroso! Parabéns!
Oz.