Há vinte ou trinta anos, se alguém profetizasse que o Vietnã seria sede de um Miss Universo, no mínimo seria chamado de louco.A antiga colônia francesa, desde sua independência em 1945, foi palco de ferrenhos conflitos políticos que desaguaram em uma das mais sangrentas guerras do século XX: a famosa Guerra do Vietnã; que destruiu o país e marcou profundamente toda uma geração de americanos – maior contingente estrangeiro envolvido na luta contra os comunistas do norte.
Nem bem a guerra havia terminado em 1975, os vietnamitas tiveram pouco tempo para respirar a paz, pois as ameaças do Khmer Vermelho em sua fronteira com o Cambodja marcaram a década de 80 com mais conflitos.
Somente a partir dos anos 90 o Vietnã começou a experimentar uma nova era de paz, principalmente com a retirada do embargo econômico em 1994 e a reaproximação com o Ocidente.
O Miss Universo chega num momento em que o país cresce em torno de 8% ao ano e busca no turismo uma grande fonte de renda. O país virou a última moda em destino turístico na Europa nos últimos três anos e pretende expandir seus horizontes. Cabe lembrar que Sanya, na ilha chinesa de Hainan - geograficamente colocada frente à costa norte do Vietnã -, teve excelentes resultados turísticos com a realização do Miss Mundo em quatro oportunidades.
Os investimentos milionários na realização do Miss Universo vêm sobretudo do setor privado e pretende mostrar ao mundo a nova infra-estrutura turística do país, seu exotismo e a belíssima costa, onde o ponto alto é a famosa baía de Halong (foto), localizada ao norte de Nha Trang, sede da final do concurso.
Entretanto, o grande resultado será apagar a imagem de guerra pela da beleza, tanto das misses como do país anfitrião.
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